terça-feira, 1 de agosto de 2017

A viagem ao velho continente se inicia!

"Nunca se é o mesmo depois de Paris" disse-me meu pai ao voltar de sua viagem de trinta dias por aquelas bandas. Ele tinha 50 anos quando viajou apenas ele e um amigo... o cacife não era tão grande assim pra levar a família toda (imagina, quatro filhos e duas enteadas). Afinal, pais de família também têm o direito de mochilar!
A frase ficou na minha cabeça e a comprovação veio em fevereiro de 2016: nunca se é realmente o mesmo depois de Paris, a cidade das luzes! A emoção de ver a Torre Eiffel ainda pequena pela janela do taxi (fui obrigada a pegar um, o metrô simplesmente estragou e parou)... pode parecer lugar comum, mas a Torre exerce um encanto único sobre nós, pobres diabos turistas. Ah, Paris... França! "Que sorte a de quem nasce aqui, a de quem mora aqui!", logo pensei... ainda mais depois da primeira boulangerie visitada (hihihi).

Ah France, France... 
Ponte Alexandre III
Cabeças vão rolar, estou avisando




Louvre




o primeiro crème  brûlée a gente nunca esquece

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Nova etapa de viagens

O blog começou como forma de relatar a viagem ao Atacama, depois vieram tantas que preciso também relatá-las... até para me lembrar das viagens feitas em 2016. A coragem para iniciar essa viagem deveu-se a alguém muito especial, que me incentivou, que foi o motivo de eu finalmente realizar esse sonho de adolescência: Europa! E aqui vamos nós! MOMAMA

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Bolívia

Depois de 4 dias no Atacama, a Expedição Uyuni começaria... uma viagem de 3 dias para chegar ao Salar em um 4x4 dirigido pelo gentil boliviano Narciso. Depois desses 3 dias, mais 1 dia para voltar a San Pedro. Paisagens realmente espetaculares! No meu grupo, 4 alemãs (duas irmãs e outras duas que estavam viajando sozinhas), 2 franceses, 2 escoceses, eu e o boliviano.
A viagem comecou com uma passagem na imigração boliviana. Deu pena não estar com meu passaporte, ia ser legal colecionar alguns carimbos. Faz bastante frio e tomamos o nosso café da manha antes de partir.

Chegando na fronteira de Chile e Bolivia

Deserto de Dali

Termas de Polques - altitude de 4500m e temperatura de 37 graus

Geysers Sol de la Mañana culminam a uma altitude de 4890m

Sol de la Mañana
Fizemos algumas paradas até chegarmos à Laguna Laguna Colorada, uma das paisagens mais lindas da expedição. Bem próximo dela está o refúgio em que vamos passar a primeira noite (4950m de altitude). Sacos de dormir foram oferecidos para lutarmos contra um frio negativo durante a noite (cerca de -10ºC). Foi uma noite difícil de sono, a sensação é a de que se vai morrer de frio.

Vegetação

Colorada

Flamingos
No dia seguinte, continuamos a viagem e passamos por: Deserto de Siloli, Laguna Hedionda, Lagunda Honda, Arbol de Piedra, entre outros. Vi poucos animais no deserto, entre eles dá para citar: as picunhas ("primas" das lhamas"), lhamas, um castor, flamingos e pássaros.
A segunda noite foi passada em um Hotel de Sal. Está um pouco mais abaixo que a primeira habitação, cerca de 3770m, e foi onde tive a noite mais bem dormida. A temperatura estava mais amena e antes de dormir eu pude tomar um banho quente. Delicia. Além disso, o pessoal da expedição nos serviu duas garrafas de vinho boliviano durante o jantar. Nada mal.



O Hotel de Sal
O Salar estava próximo. Levantamos bem cedo para ver o sol nascer no começo do maior Deserto de Sal do mundo.



É simplesmente impressionante. Mais de 20 mil metros quadrados de superfície de sal. Uma imensidão branca por todos os lados.





O quarto dia em San Pedro foi de total descanso. Meus músculos precisavam desse "dia de bobeira". Aproveitei para caminhar, ler, observar, visitar casas de artesanato. E foi o dia em que me despedi da simpática Yuriko, que seguiria viagem para Santiago e depois Colômbia.

Estrelas
À noite foi o momento de fazer um tour astronômico na propriedade do astrônomo francês Alain Maury, a uns 8 km do centro de Atacama. Atacama tem um dos céus mais limpos do planeta. Com um laser, Alain nos apontou as principais galáxias. Dos enormes telescópios observamos algumas constelacoes, estrelas e planetas. O mais lindo deles, com certeza, é Saturno e seus impressionantes anéis.

Pukara de Quitor
No dia seguinte, mais descansada, aproveitei para ir à pé a Pukara de Quitor. Em Pukara há duas subidas para fazer. A primeira, mais curta, é de uma fortificação construída no século XII por atacamenhos que, dizem, foi usada para que protegerem dos incas e, mais tarde, foram usadas pelos incas para se protegerem dos espanhois.



As fortalezas construídas no século XII
A segunda subida é a do mirante. No alto desse mirante se tem uma visão espetacular dos Andes e da cidade de San Pedro, numa panorâmica de 360 graus, sem nada à frente para atrapalhar a visão. E nesse topo foi construído um monumento em homenagem aos 25 atacamenhos degolados no seculo XVI por espanhóis à procura de ouro. Ali, uma cruz amarelada possui os dizeres "Deus meu, por que me abandonastes?" em quatro línguas (uma para cada face da cruz). O local nos faz um convite à meditação.

"Deus meu, por que me abandonaste"?

Indo embora, mais uma foto do mirante, com a noite chegando

O terceiro dia em San Pedro foi o dia da bike. Eu, Enrique, Adrien e Yuriko alugamos uma bicicleta full day e fomos até Garganta del Diablo. Durante o caminho, tivemos que atravessar diversos riachinhos de água. Em algumas dessas travessias era necessário levantar a bicicleta para que ela não fosse puxada pela correnteza. Aprendi isso porque numa dessas travessias a correnteza puxou a minha bicicleta e como eu a estava segurando, rodopiei e caí que nem uma bailarina para não molhar a câmera de Adrien que estava carregando! Deu certo, porém as meias que eu havia tirado para não se molharem se foram com a água. Melhor que estragar a câmera! rs


Chegando em Garganta, apreciamos o visual incrível.



Após a volta a San Pedro, Enrique se despediu de nós, iria a Santiago. Num empreendimento um tanto quanto maluco, eu, Adrien e Yuriko resolvemos ir sozinhos até Laguna Cejar, que estava a quase 30 km, lugar onde a maioria dos turistas ia por meio dos micro-onibus das agências. Não fosse ter passado toda a manhã pedalando, teria feito o percurso de um modo mais tranquilo. Não dá para esquecer que estamos a mais de 2 mil metros de altitude, o que auementa o cansaço. Pouco mais de três horas de pedalada em cima de terra e areia, chegamos até lá. Todo o meu cansaço ficou ali naquelas Lagunas. O banho que tomei foi totalmente renovador. A altíssima concentração de sal dessas lagoas faz com que nosso corpo sempre flutue, por mais que tentemos afundar. E, segundo dizem, a concentração de minerais faz bastante bem à saúde.

Laguna Cejar

Laguna Cejar
A noite não tardaria a cair e meu corpo não aguentaria mais 3 horas de pedalada. Pedi à família que fica na "portaria" da Laguna uma carona até San Pedro. Adrien alegou que estava disposto e dispensou a carona, mas quando o encontramos em San Pedro, disse que acabou aceitando uma no meio do caminho.
Sanboard
Vamos aos passeios. O primeiro que fiz, no dia seguinte à minha chegada, foi o combo Vale de La Muerte e Vale de la Luna. No primeiro, há enormes dunas onde se pode praticar o sanboard. Foi a minha primeira vez praticando esse esporte e quando cheguei no topo da duna pensei "que medo, não vai rolar". Ouvi as instruções que o guia chileno deu em inglês, tentei captar o que pude. Obviamente não fui a primeira do grupo a me oferecer para descer, mas uma vez que tomei coragem, tudo correu bem. É tudo inspirador, estar rodeada de gente de todo canto do mundo, com esse visual incrível e, apesar do sol, não estava muito calor. Só sei que desci ainda mais umas cinco vezes a duna e teria descido mais se não fosse hora de ir para Vale de la Luna.




Vale de la Luna e pôr-do-sol
Em Vale de la Luna, eu simplesmente desisti de entender o inglês do nosso guia chileno, por isso perdi as explicações. O visual porém é lindo e dispensa comentários. No topo de alguma montanha, o nosso guia abriu uma garrafa de Pisco Sour e nos serviu. Fazia parte do passeio. Voltamos para o carro com o cair da tarde, podendo ver os riscos vermelhos e laranjas colorindo o céu enquanto escurecia.




San Pedro de Atacama

A uma altitude de mais ou menos 2,5km, a cidade de San Pedro está no coração do deserto. Bem próxima dela se localiza um sítio arqueológico chamado Pukara de Quitor, com construções do século XII. A cidade, portanto, é bem antiga! E muito bem estruturada, apesar do visual rústico (ruas de terra, construções em adobe). No centro se concentram as principais "tiendas". Tem farmácia, muitos hostels, hotéis, bons restaurantes, escola, museu, muitas agências de passeios turísticos, lanhouses, lanchonetes e duas lojas grandes de roupas de aventura (uma da The North Face outra da RKF). Além de dois caixas eletrônicos (que podem passar algumas horas ou dias sem funcionar, é verdade). Enfim, de tudo se encontra na cidade.
Eu cheguei da cidade de Salta, depois de uma viagem bem tranquila de umas 8 horas de ônibus. Um caminho bonito, ônibus novo, tudo certinho. Junto comigo, chegaram outros viajantes. E pouco depois, outro ônibus chegaria, trazendo mais mochileiros. Então nessas horas de chegada de ônibus a cidade fica cheia de turistas de bom astral carregando suas mochilas, maravilhados para conhecer as belezas do deserto. E aí fica aquela mistura gostosa de mochileiros e pessoas locais. No fim de tarde de um dia da semana vi adolescentes saindo das escolas uniformizados, mães e filhos passeando, etc. Os atacamenhos, porém, geralmente residem nos arredores do centro de San Pedro, visto que o centro é mais turístico.
O centro de San Pedro é pequeno e, se você conhece alguém, certamente vai encontrá-lo novamente pela cidade. Foi assim que consegui reencontrar pessoas com quem conversei assim que cheguei. As pessoas que mais gostei de conhecer lá foram Enrique, Adrien e Yuriko, com quem fiz vários passeios: Vale de La Muerte, Vale de La Luna, Garganta del Diablo, Laguna Cejar e Salar de Uyuni (este último somente com Adrien, posto que Enrique e Yuriko já haviam partido).